O SetraBH reconhece as dificuldades e as reivindicações dos trabalhadores do transporte público, bem como sua competência e eficiência, mas lamentavelmente as empresas se encontram em completo e absoluto esgotamento financeiro.

Neste cenário, o aumento dos custos irá significar um risco direto para a continuidade da prestação do serviço público concedido.

Cálculos simples e de fácil compreensão mostram que o sistema opera além de sua capacidade financeira para manter o serviço à população.

Os números a seguir são de outubro de 2021:

No mês, 20 milhões de passageiros transportados à uma tarifa média de R$3,20, o que representa um total de R$64 milhões em receita bruta para as empresas;

No mesmo período foram 10.800.000 km rodados. Se dividirmos essa quilometragem por 1,8 Km/L de diesel (este é consumo médio da frota de 2.390 ônibus em operação), chegamos a 6.000.000 litros de diesel no mês. Multiplicando os 6.000.000 de litros de diesel por R$4,50 / litro ( esse é o preço pago pelas empresas nas distribuidoras), chegamos a um gasto, apenas com diesel, de R$27 milhões de reais no mês;

Somado ao custo mensal com combustível, temos a atual folha de pagamento que representa R$35 milhões mensalmente;

Então, somando o diesel e a folha de pagamento, chegamos a um total de custo mensal de R$62 milhões de reais por mês;

Como visto acima, a receita bruta, para outubro/2021, foi de R$64 milhões;

Subtraindo R$62 milhões (diesel e mão de obra) de R$64 milhões (receita bruta), sobram R$2 milhões para:

 – Impostos;

– Financiamento de Veículos;

– Compra de novos veículos;

– Pneus;

– Manutenção diária;

– Lubrificantes;

– Garagens;.

– Asseio e limpeza.

Destacamos, portanto, que sem equilíbrio e com os constantes descumprimentos do contrato por parte do Poder Concedente, o sistema não sobrevive, podendo chegar ao colapso, o que já vem ocorrendo em outras cidades brasileiras.